CategoriaCinema e Filosofia

Dado que a verdade tem limitações e que a ficção ganha um papel cada vez mais importante no pensamento filosófico, o cinema se transforma num dos muito expedientes para abordar temas filosóficos mais abstratos, mais distantes da realidade, menos concretos.

Batman: vingança, justiça e instituições

B

No mesmo dia em que escrevi sobre máscaras, vi o Batman de Robert Pattinson — coincidência? Qualquer valor negativo associado a Pattinson por sua atuação na saga Crepúsculo já está há tempos esquecido e eu sou capaz de andar com uma foto de Pattinson na carteira — como dizia o Hermenauta — pelos filmes que ele fez depois. Cosmopolis, High Life, Map to the stars, The lighthouse, ainda não assisti...

Estar à vontade

E

Semana passada eu saí com o pessoal do meu novo trabalho, a empresa montou o que se conhece como um Team building. Na atividade espontânea do final de um dos dias, tomamos muitas cervejas num bar e fomos até um karaokê continuar enchendo a cara. Depois de muitas doses de licor, gin tonic e toda a sorte de bebida o ambiente e as pessoas eram outras. É uma platitude surpreendente constatar o quanto...

O lado feminino de Don Draper

O

A situação era a seguinte: o terceiro filho de Betts e Don Draper havia nascido há poucos dias e a filha mais velha deles, Sally, não reagiu bem à presença do irmão, Eugene. Não muito tempo antes do nascimento, o avô de Sally morreu enquanto passava uma temporada na casa de Betts e Don. O nome do avô? Eugene! Embora Don seja um exemplo paradigmático do masculino e a série esteja centrada nos...

À sua imagem e semelhança, Ex Machina

À

Ex Machina é uma crítica a um só tempo feroz e sofisticada à masculinidade. Entre outras coisas, claro. Dois tipos de homens são apresentados no filme, dois exemplares, casos de regras muito gerais e vagas, mas que ainda assim perfazem claramente tipos distintos. O primeiro é um nerd solitário (Caleb) em cujo histórico de navegação podemos encontrar um padrão de mulher, um tipo de mulher...

Acreditar em Lúcifer? O Diabo pode dizer a verdade? O Jesus de Martin Scorsese

A

Eu nunca li o livro A última tentação de Cristo, de Nikos Kazantzakis, mas vi o filme de Martin Scorsese e gosto muito dele. O Jesus de Scorsese é quase tão bonito quanto o Jesus de Fernando Pessoa, o meu Jesus preferido. Numa das cenas do filme, falando com Jeroboão (?), Jesus lhe diz: — Lúcifer está dentro de mim! Ele me diz: “Você não é o filho do rei Davi, você não é um homem. Você é o...

Documentários sobre o capitalismo e seus efeitos

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Já faz alguns anos que os documentários têm ganhado um fôlego tremendo, talvez impulsionados pela mina de ouro da recém-nascida indústria de streaming. O caso é que muita coisa boa tem surgido e já há uma coleção razoável de filmes que têm um viés bastante crítico em relação aos efeitos do capitalismo. É certo que nenhum deles chega a exprimir ostensivamente essa crítica ao sistema — isso me...

Capacidade para o mal

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Podemos nos equivocar sobre as impressões que temos de nós mesmos? É certo que é possível se iludir, mas as ilusões são na maior parte das vezes simbólicas, constructos complexos articulados a outros símbolos. As impressões costumam ser intuições, que embora inevitavelmente também se articulem ao universo simbólico, têm algo de cru e imediato; algo que, de tão direto, parece dispensar mediações...

Che Guevara e minha misantropia

C

Há coisas que nós sabemos, mas que só reconhecemos completamente quando falamos ou escrevemos sobre elas. Talvez porque as tenhamos sempre diante dos nossos olhos. Precisamos externalizá-las, torná-las objetos exteriores que podem ser manipulados com o olhar e o pensamento — algo independente de nós. Foi o que aconteceu com minha misantropia. Nada mais familiar do que meu ódio pela humanidade...

Cultura Pop, Humor e Inteligência

C

Há duas coisas que eu gosto em Zizek: o humor sempre presente nos seus textos e falas, e a sua atitude em relação à cultura pop. Meus textos não tem nem um grão de humor, são completamente planos nesse quesito. Boa parte dos comentaristas políticos de quem eu gosto incorpora o humor no que escreve e isso torna a atmosfera dos seus textos menos rarefeita — eu tenho em mente: Celso Rocha de Barros...

A Ética da Autenticidade

A

Os franceses são muito formais, todo mundo sabe disso. Quando criança minha esposa foi viver em Paris e, embora tenha absorvido muita coisa dos franceses, não morre de amores pelos parisienses. Ela me conta como ainda se sente constrangida, sempre que precisa falar com franceses, a repetir o mantra que lhe foi inculcado: “Bonjour! Excusez-moi de vous déranger. S’il vous plaît...

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A categoria Preferidos é especial, porque reúne os textos que eu mais gosto. É uma boa amostra! As outras categorias são mais especializadas e diversas.

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