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Tempo e memória

T

After Yang é um filme cosmopolita, urbano, que celebra a diversidade e a mestiçagem dos tipos humanos. O filme aborda filosoficamente dois temas interessantíssimos: o tempo e a memória. O tempo é o chá e a sua cerimônia, é o ritmo que a cerimônia imprime em nossa vida. A memória é o amor que presta atenção, que seleciona e armazena imagens e lembranças para construir um mundo: o mundo do amor. O...

Brinquedo de encaixar: a sexualidade de Bella Baxter

B

Resenha de Poor Things, de Yargos Lanthimos Não sei como nem por quê, mas em minha casa havia o exemplar de um maravilhoso livro chamado “Relatório Hite”, e eu o li quando tinha pouco mais de 12 anos. Fiquei completamente fascinado pelos relatos de como as mulheres se masturbavam, era tão fácil e acontecia nos mais inusitados lugares. Depois, mais velho, conheci as histórias sobre...

Ode ao conformismo e à estabilidade

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spoilers. spoiler e mais spoilers de Past Lives Vi o trailer de Past Lives em maio (o filme foi uma sensação no festival de Berlim) e esperei ansioso até agosto para assisti-lo. Mas depois que assisti, confesso que fiquei um pouco decepcionado. O filme é bonito, bem feito, a fotografia de Seul é linda, mas não gostei do modo como a premissa foi realizada (o que não significa que o filme seja...

Batman: vingança, justiça e instituições

B

No mesmo dia em que escrevi sobre máscaras, vi o Batman de Robert Pattinson — coincidência? Qualquer valor negativo associado a Pattinson por sua atuação na saga Crepúsculo já está há tempos esquecido e eu sou capaz de andar com uma foto de Pattinson na carteira — como dizia o Hermenauta — pelos filmes que ele fez depois. Cosmopolis, High Life, Map to the stars, The lighthouse, ainda não assisti...

À sua imagem e semelhança, Ex Machina

À

Ex Machina é uma crítica a um só tempo feroz e sofisticada à masculinidade. Entre outras coisas, claro. Dois tipos de homens são apresentados no filme, dois exemplares, casos de regras muito gerais e vagas, mas que ainda assim perfazem claramente tipos distintos. O primeiro é um nerd solitário (Caleb) em cujo histórico de navegação podemos encontrar um padrão de mulher, um tipo de mulher...

Acreditar em Lúcifer? O Diabo pode dizer a verdade? O Jesus de Martin Scorsese

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Eu nunca li o livro A última tentação de Cristo, de Nikos Kazantzakis, mas vi o filme de Martin Scorsese e gosto muito dele. O Jesus de Scorsese é quase tão bonito quanto o Jesus de Fernando Pessoa, o meu Jesus preferido. Numa das cenas do filme, falando com Jeroboão (?), Jesus lhe diz: — Lúcifer está dentro de mim! Ele me diz: “Você não é o filho do rei Davi, você não é um homem. Você é o...

Documentários sobre o capitalismo e seus efeitos

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Já faz alguns anos que os documentários têm ganhado um fôlego tremendo, talvez impulsionados pela mina de ouro da recém-nascida indústria de streaming. O caso é que muita coisa boa tem surgido e já há uma coleção razoável de filmes que têm um viés bastante crítico em relação aos efeitos do capitalismo. É certo que nenhum deles chega a exprimir ostensivamente essa crítica ao sistema — isso me...

Capacidade para o mal

C

Podemos nos equivocar sobre as impressões que temos de nós mesmos? É certo que é possível se iludir, mas as ilusões são na maior parte das vezes simbólicas, constructos complexos articulados a outros símbolos. As impressões costumam ser intuições, que embora inevitavelmente também se articulem ao universo simbólico, têm algo de cru e imediato; algo que, de tão direto, parece dispensar mediações...

Che Guevara e minha misantropia

C

Há coisas que nós sabemos, mas que só reconhecemos completamente quando falamos ou escrevemos sobre elas. Talvez porque as tenhamos sempre diante dos nossos olhos. Precisamos externalizá-las, torná-las objetos exteriores que podem ser manipulados com o olhar e o pensamento — algo independente de nós. Foi o que aconteceu com minha misantropia. Nada mais familiar do que meu ódio pela humanidade...

Cultura Pop, Humor e Inteligência

C

Há duas coisas que eu gosto em Zizek: o humor sempre presente nos seus textos e falas, e a sua atitude em relação à cultura pop. Meus textos não tem nem um grão de humor, são completamente planos nesse quesito. Boa parte dos comentaristas políticos de quem eu gosto incorpora o humor no que escreve e isso torna a atmosfera dos seus textos menos rarefeita — eu tenho em mente: Celso Rocha de Barros...

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A categoria Preferidos é especial, porque reúne os textos que eu mais gosto. É uma boa amostra! As outras categorias são mais especializadas e diversas.

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