CategoriaLinguagem, poesia e sentido

Pular o processo: a força da prática

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Espírito e técnica Mestrinho disse, nessa entrevista a Nelson Faria, que não sabe ler partitura. Essa é uma ocasião mais que propícia para falar do primado da prática, do fato de que as regras têm uma posição secundária em relação à prática, apesar de vivermos na era dos computadores. Mestrinho disse que insistiram para ele estudar teoria musical, mas ele não queria “passar pelo...

Paranormal

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A norma é o padrão de medida — como o padrão metro, ou polegada, ou pés, etc. — que define o que está conforme ou não ao que ela determina. É certo que no que se refere aos padrões de medida as gradações importam, enquanto que quando falamos de normalidade e normal, tendemos a ver o que se determina em termos dicotômicos, separamos o normal e o não normal (ou anormal). Mas o anormal, aquilo que...

O que não podemos ver

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David Foster Wallace começa Isto é água lembrando uma anedota: Dois peixinhos estão nadando juntos e cruzam com um peixe mais velho, nadando em sentido contrário. Ele os cumprimenta e diz: — Bom dia, meninos. Como está a água? Os dois peixinhos nadam mais um pouco, até que um deles olha para o outro e pergunta: — Água? Que diabo é isso?David foster wallace, Ficando longe do fato de já estar meio...

A teimosia como questão filosófica

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Há algum tempo eu tenho insistido num ponto: eliminar a arbitrariedade, a vontade, qualquer elemento psicológico e qualquer coisa que escape à determinação causal da ciência corresponde à tarefa de um determinado projeto de racionalidade. Um projeto estreitamente vinculado a concepções filosóficas entretecidas à Matemática e à Lógica. De acordo com esse marco teórico, a distinção kantiana entre o...

Nós fomos à Lua?

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Meus interesses são tão voláteis quanto meu humor. Em 2015, quando eu estava lendo Sobre a certeza, de Wittgenstein, andei fascinado pela ideia de sistemas de referências, os sistemas pragmático-normativos que enformam nossa visão de mundo. E então escrevi um artigo, num espanhol ainda mais precário do que tenho hoje, chamado ¿Hemos ido a la Luna? O artigo não era a defesa de teses...

A margem entre o convencional e a loucura

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Quando se encontram dois princípios que não podem ser reconciliados, seus partidários se declaram mutuamente loucos e hereges. — Wittgenstein, Sobre a certeza O convencional é uma árvore sólida e de longas raízes à margem do rio da loucura. Essa imagem tem algo de ilustrativo embora não seja mais do que isso, uma imagem. A convencionalidade visa a estabilidade e pra isso criamos regras e leis...

Filosofia e Ficção

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Por uma razão simples a ficção não pode ter um papel central na ciência nem na filosofia científica que temos adotado: elas estão centradas na verdade e em sua eficácia causal. A ficção não tem nenhum compromisso essencial com a verdade. Alguém poderia até dizer que algumas das experiências ficcionais mais significativas fazem da verdade um mero fantoche no jogo complexo de articulações em nada...

O relativismo e a Justiça

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O relativismo não é o bicho de sete cabeças que se imagina por todo lado. Na verdade ele é bastante intuitivo. E é preciso um grande esforço para seguir sustentando crenças universais uma vez que tenhamos sido expostos às circunstâncias em que o relativismo se manifesta. Mas é muito complicado aceitá-lo, não por outra razão o aforismo 81 de Humano, demasiado humano conta uma lição das mais...

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