CategoriaCegueira normativa

A cegueira normativa diz respeito à impossibilidade de ver o que está do lado de fora do quadro normativo que organiza o nosso mundo. A lógica costuma ser entendida como o quadro normativo mais geral, mas a cegueira se dá também em ambientes menos gerais, onde quer que uma mudança axial provoque uma instabilidade no fundamento.

Temas vinculados: estabilidade, invisibilidade, tendência a confirmação

Cozinhando contra a determinação

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Podemos entender e discutir a ideia de determinação a partir da culinária, a partir da habilidade de cozinhar compreendida como ofício. Quando se acredita que um certo ofício humano é determinado, podemos em certo sentido aspirar a automatizar as práticas e fazeres envolvidos nesse ofício — podemos reduzi-la a uma técnica e uma tecnologia. Assim, se cozinhar é seguir um conjunto finito de regras...

Pistas e provas

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Quando a gente acredita em alguma coisa, por todo lado nós vemos pistas e provas daquilo que acreditamos. Evidências que provam que estamos certos, e de que algo é o caso. Na epistemologia (teoria do conhecimento) se expressa um traço inevitável da camada mais geral da linguagem, da lógica e da normatividade em geral, que é a cegueira normativa. No campo epistêmico o seu equivalente é a tendência...

Egocentrismo natural e básico

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O aspecto central do texto mais famoso de David Foster Wallace é o que ele chama de “egocentrismo natural e básico” ou “egocentrismo profundo e literal” ou simplesmente “configuração padrão”: a tendência a pensar a si mesmo como o centro do universo. E em certa medida o texto é uma reflexão e um convite a que a gente combata a nossa “configuração...

Por que bons argumentos não importam?

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Por que as pessoas não mudam de opinião mesmo quando ouvem bons argumentos e/ou fatos que contrariam suas crenças? Bem, primeiro, porque fatos importam muito menos do que creem os cientistas (e os realistas em geral). Mas o mais importante é: porque a psicologia é o centro da vida simbólica humana, não a lógica. E a vontade é o único fator que determina o colapso ou a manutenção de sistemas de...

Inteligência sem diploma

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Tinha eu 14 anos de idadeQuando meu pai me chamouPerguntou-me se eu queriaEstudar filosofiaMedicina ou engenhariaTinha eu que ser doutorMas a minha aspiraçãoEra ter um violãoPara me tornar sambistaEle então me aconselhouSambista não tem valorNesta terra de doutorE seu doutorO meu pai tinha razãoPaulinho da Viola, 14 anos Uma sociedade bacharelesca, que não (se esforça por && se importa...

O que significa acreditar na linguagem?

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Pensei em dar ao texto o título O império do perlocutório, mas esta é apenas uma de suas etapas e não o seu alvo. Usamos a linguagem não como as poetisas e os feiticeiros, usamos a linguagem como argumentadores, como quem calcula. Queremos, sobretudo, provocar efeitos, fazer com que nossas ideias afetem os outros e os transforme, mude seus sistemas de crenças e, consequentemente, suas ações e seu...

História do possível e do impossível

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Por volta de 1950, pouco antes de morrer, Wittgenstein escreveu sobre a ideia do homem ir à lua no que depois viria a ser o livro Da certeza. No contexto das suas anotações, essa ideia era apenas um modo de usar ficções e casos extremos para ilustrar aspectos conceituais e gramaticais que de outro modo não seriam notados. Meros vinte anos depois, se tornou real o que era então exemplo patente de...

Pular o processo: a força da prática

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Espírito e técnica Mestrinho disse, nessa entrevista a Nelson Faria, que não sabe ler partitura. Essa é uma ocasião mais que propícia para falar do primado da prática, do fato de que as regras têm uma posição secundária em relação à prática, apesar de vivermos na era dos computadores. Mestrinho disse que insistiram para ele estudar teoria musical, mas ele não queria “passar pelo...

Paranormal

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A norma é o padrão de medida — como o padrão metro, ou polegada, ou pés, etc. — que define o que está conforme ou não ao que ela determina. É certo que no que se refere aos padrões de medida as gradações importam, enquanto que quando falamos de normalidade e normal, tendemos a ver o que se determina em termos dicotômicos, separamos o normal e o não normal (ou anormal). Mas o anormal, aquilo que...

O que não podemos ver

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David Foster Wallace começa Isto é água lembrando uma anedota: Dois peixinhos estão nadando juntos e cruzam com um peixe mais velho, nadando em sentido contrário. Ele os cumprimenta e diz: — Bom dia, meninos. Como está a água? Os dois peixinhos nadam mais um pouco, até que um deles olha para o outro e pergunta: — Água? Que diabo é isso?David foster wallace, Ficando longe do fato de já estar meio...

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A categoria Preferidos é especial, porque reúne os textos que eu mais gosto. É uma boa amostra! As outras categorias são mais especializadas e diversas.

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