O erudito é um sujeito apegado ao quantitativo. Quanto mais melhor! E a complexidade que esse acúmulo quantitativo instaura na cabeça do erudito — especialmente se o que se acumula é variado e plural — é inapreensível por outros indivíduos. Isso significa duas coisas: 1) que todo julgamento sobre o pensamento alheio é necessária e inescapavelmente injusto e 2) que facilmente se pode esconder falsidades e coisas mortas sob o véu de um bem recortado painel de autoridades e citações.
Há muitos vazios desonestamente camuflados desse modo. A erudição costuma abrigar pessoas desonestas, com os outros e consigo mesmas.