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Variedades do poder: desejo de influenciar

V

Nos cadernos de Wittgenstein há essa anotação: Eu só posso me tornar independente do mundo — e em certo sentido dominá-lo — renunciando a qualquer influência sobre os acontecimentos. / O mundo é independente da minha vontade. Poder e influência — duas palavras que andam juntas. No entanto, não é disso que Wittgenstein está falando. O que ele insinua em sua nota é o desejo de controle sobre os...

Dizer o óbvio

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“— Todo mundo sabe a importância do Sci-Hub ou do Library Genesis para pesquisa científica e filosófica.” Os aspectos para nós mais importantes das coisas estão mascarados pela sua simplicidade e trivialidade. (Não podemos notá-los, — pois os temos sempre diante dos olhos.) Os verdadeiros fundamentos de sua pesquisa não chamam a atenção dos homens. A menos que eles já os tivessem notado alguma...

O ato criador: a diferença entre a inteligência humana e a inteligência artificial

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Seguramente há muitas maneiras de responder à pergunta que parece implícita nos comentários de Alan Turing sobre seu Imitation game: o que é que caracteriza a nossa inteligência? Poderíamos construir uma máquina que fosse capaz de se fazer passar por um ser humano a tal ponto de não ser notada nem mesmo por alguém cujo trabalho é distinguir uma inteligência natural de uma artificial? Essa é uma...

O poder é isso. E isso. E isso!

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A pergunta “O que é o poder?” — que Gérard Lebrun respondeu com sua maestria habitual na Coleção Primeiros passos — tende a nos levar a um tipo de resposta. Não necessariamente, claro, mas nós tendemos a buscar algo comum às distintas manifestações de poder. O que há em comum no poder manifesto, por exemplo, pelo presidente americano e aquele que um traficante expressa ao determinar o...

Respeito e justiça

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Foto de Pierre Verger Quando voltei ao Brasil, depois de alguns anos morando em Madrid, notei o que até então não havia notado: como a desigualdade se manifesta no modo como as pessoas se enxergam e se tratam. É claro que em certo sentido eu sabia disso, mas eu não sabia o que poderia significar uma transformação no modo como as pessoas se tratam até vir pra cá. O que me fez lembrar algo...

Pensamento: expressão e edição

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Os garranchos de Wittgenstein e sua obsessão pela edição e revisão. Em certo sentido esse texto é um tributo a Wittgenstein, sinto que devo tanto a ele. Se eu tivesse lido A arte de escrever alguns anos atrás teria sido terrível. Ali Schopenhauer apresenta o que ele julgava ser tipos de pensamento e de pensador. Não teria sido legal me ver entre os tipos mais vulgares, por assim dizer. Por pura...

Os androides em Westworld são livres? Nós somos livres?

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Spoiler alert: O texto contém (poucos) elementos informativos sobre questões importantes na série. Se tudo que você tivesse a intenção de dizer fosse simultaneamente impresso na tela de um tablet, se todas as suas falas, passadas e futuras, fossem apresentadas para você numa espécie de timeline, como é que você justificaria pra si mesmo a ideia de que é livre? Se alguém fosse capaz de...

Determinismo ou liberdade: controle e tragédia

D

Como apresentar de outra maneira a velha contenda filosófica entre determinismo e liberdade? Somos determinados pela cadeia natural de causas e consequências da qual, como seres naturais, inevitavelmente fazemos parte? Nos esgotamos inteiramente nessa cadeia, isto é, tudo que nós somos se reduz a ela*? Ou há algo mais e somos seres que podem determinar o rumo de suas ações livremente, a despeito...

O mundo da computação

O

Cursei filosofia porque certas variáveis ambientais estimularam em mim o gosto pela filosofia e pelas belas letras. Mas por acaso também cresci num mundo completamente diferente, no mundo digital. Aprendi a usar computador num AT 386, com monitor de fósforo branco, ainda no DOS. Quando chegou o Windows, segui mexendo no que dava, editando bat scripts, futucando no autoexec do Windows, no config...

O cavalo de Turim e as certezas da nossa razão

O

Imagem do excêntrico filme Cavalo de Turim, de Béla Tarr Contam que a loucura de Nietzsche manifestou-se num instante preciso. Se é verdade ou não, eu não sei, mas mesmo que o caso não tenha sido um episódio de loucura, ele tem seu valor simbólico. Nietzsche andava pela rua quando viu um cavalo sendo açoitado pelo seu dono. Sua reação foi a de abraçar o pescoço do cavalo aos prantos — para...

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A categoria Preferidos é especial, porque reúne os textos que eu mais gosto. É uma boa amostra! As outras categorias são mais especializadas e diversas.

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