Nas aulas sobre Hume ou Aristóteles, por razões distintas eu perguntava aos meus alunos se eles já tiveram a oportunidade de ver um elefante amarrado a uma estaca. Em seguida passava a explicar o fato que, se não é verdadeiro, é muito verossímil. Contava então que o elefante quando pequeno era amarrado a uma árvore forte e passava sua juventude tentando inutilmente escapar à corda. Quando maior, bastava uma simples estaca para detê-lo, já que o condicionamento forjou suas próprias amarras, impedindo que o elefante tentasse repetir o esforço que se mostrou durante longos anos inútil.
Moral da história: sempre que nos dispusermos prontamente a defender/sustentar uma opinião talvez convenha refletir e nos perguntar honestamente se estamos efetivamente convencidos do que dizemos ou se somos apenas mais um animal bem adestrado respondendo cegamente aos estímulos conforme as instruções que o hábito, com seu poder inescapável, forjou em nós.