A sujeira do mundo

A

A cada quinze dias eu limpo o ralo do banheiro, é o mais perto que eu chego da sujeira e da imundície. Cabelos, restos de sabão, fluídos e resquícios corporais, tudo naquele ambiente úmido e abafado. Primeiro eu tomei como uma atividade desagradável, mas trivial que eu preciso fazer de tempos em tempos. Depois me dei conta, e transformei a rotina em ritual. O ritual de lembrar de toda sujeira do mundo — infelizmente, como Daniel Plainview, eu não preciso tanto desses lembretes. Ainda assim, o ritual me lembra daquilo que está escondido nas paredes, nos tubos da nossa civilização asséptica e higiênica: a imundície que não queremos ver (e aceitar).


Claro que isso só me faz lembrar de Perfume. Qualquer coisa eu tenha tentando dizer aqui já está muito melhor dito no filme.

PS. Que animaizinhos asseados nós nos tornamos, hein?

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