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Estratégias de sedução

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O plano de argumentação de alguns colunistas é digno de interesse — especialmente o de Diogo Mainardi. Sua estratégia reduz-se a uma simples regra geral: afirmar que a mais contundente arma da inteligência é meramente destrutiva. Comentei um texto no qual o professor João Carlos sublinha essa face, ou melhor, esse emprego da inteligência — aliás, esse texto é imensamente adequado ao tema desse...

O riso totalitário

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A Melancolia de Durër Encontrei o blog de Antônio Cícero, o que não pode deixar de ser algo interessante. Ele compila por lá escritos seus e de outros autores. Já no começo achei o texto de Inês Pedrosa, O império do anticonvencional — muito interessante! Ele me recordou uma nota mental: não é de hoje eu que sou da opinião de que o riso, a alegria, a felicidade, enfim, todos os sentimentos...

O desafio de libertar homens livres

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Marcuse opera uma distinção valiosa entre repressão e mais-repressão. Ele admite que uma cota de repressão é necessária para coordenar as finalidades algo dispersas do instinto (Trieb) aos propósitos da cultura (Kultur). O desvio promovido pela mais-repressão introduz-se exatamente nesse espaço e se contamina com a legitimidade destinada à repressão. A mais-repressão, a repressão orientada pelo...

Sobre enganados e enganadores

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Esse post foi motivado pela conversa com Danillo Ferreira, nos comentários. Minha ressalva ao fragmento de Serres, no post anterior, foi insuficiente. Não deixei clara minha posição. Trata-se de não aceitar a clivagem artificial entre enganados e enganadores — de perceber que nesse jogo há variáveis que não admitem ser cifradas numa configuração binária. A responsabilidade deve ser...

Causo cotidiano

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Enquanto esperava as horas reservadas àqueles que dependem do transporte público em Salvador estive atento a minha volta. Uma atenção incomum, propiciada pelo clima ameno e pelo Arrah and the Ferns. Fixei-me em três garotos, de 5 a 8 anos, que brincavam em plena avenida Oceânica (em frente ao Hotel da Bahia). Brincavam com o que a rua lhes oferecia — galhos, folhas secas e sobretudo garrafas de...

Ilusões e prisões femininas

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Eis aqui consumada minha promessa de escrever sobre as ilusões femininas. Temo não agradar aqueles que não vêem diferenças entre preconceitos e generalizações. Creiam, elas existem. Todo preconceito é uma generalização, mas nem toda generalização é um preconceito. A esse respeito talvez seja de algum valor a leitura do meu comentário sobre a importância das generalizações para a experiência comum...

O amor implica a posse

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Tenho uma amiga que insiste em defender a opinião de que o amor dispensa a posse. Nesse terreno eu sou conservador e sustento a opinião contrária. Antes de mais nada é preciso lembrar que o amor é um sentimento social que comporta a sensualidade mas também a afeição. As relações duradouras que o amor promove são alimentadas pela afeição. Se a sexualidade fosse dirigida somente pela consecução do...

Não fazes falta a ninguém

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Que vício deplorável o de escrever ébrio, ou ao menos num estado de excitação alcoólica semelhante — para que eu não caia na classe dessas figuras que se embriagam por qualquer coisa. Tanto melhor! assim estou mais preparado para atender às exigências do mestre Baudelaire, a quem coube o ofício de prescrever os deveres do bom ébrio. Eu, que nunca tive caráter para fugir à regra, entrego-me...

Jogos de amor em Ligações Perigosas

J

Entre uma e outra bebericagem, passei a tarde de sábado (24/11) apreciando uma feijoada (da qual fui co-autor) e discutindo Ligações perigosas, de Laclos. Meu pocket friend, Sir André Nascimento, insinuou uma leitura amarga da obra. Para ele, o núcleo do livro consiste na redução do amor a um agregado de objetos manipuláveis, a um jogo. Eu, ao contrário, considero que o livro trata do fracasso da...

Paraísos perdidos

P

Nas noites de verão os operários instalam-se na varanda. Em casa ele só tinha uma janelinha. Então, desciam-se as cadeiras, que eram colocadas diante da casa, e saboreava-se o anoitecer. […] Em certo nível de riqueza, o próprio céu e a noite cheia de estrelas parecem bens naturais. Mas, no limite inferior da escala, o céu retoma todo o seu sentido: uma dádiva sem preço.Alberto Camus, O...

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A categoria Preferidos é especial, porque reúne os textos que eu mais gosto. É uma boa amostra! As outras categorias são mais especializadas e diversas.

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