Ruído ou conversa

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Nós estamos conectados 24/7, podemos sempre falar uns com os outros. Antes, estávamos distantes. Quando Luiz Gonzaga conta que voltou à casa sem anunciar seu retorno, 16 anos depois de ter saído, é como se falasse sobre outro mundo. Agora estamos tão próximos e não sabemos o que dizer, tudo soa ruído, nunca conversa. Somos mais um estímulo visual inútil uns para os outros, mas nunca presença e companhia (mesmo que virtual). Eu já tive companhias virtuais, a internet já foi um lugar onde a intimidade acontecia, onde a abertura podia acontecer. Quando a conversa pode acontecer a qualquer momento, ela pouco acontece, e a comunicação vira apenas mais um ruído —ou nem isso, já todo mundo anda com o celular em modo silencioso, nem vibra mais. A conversa vira o compromisso de responder que protelamos por desinteresse mal disfarçado. Quando desaprendemos a conversar?

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