Um comentário meu hoje no Facebook:
O texto de hoje do Pondé é tão simplorio, mas tão simplório, que ele se estrutura a partir da falácia de supor que reconhecer os erros da esquerda ontem e hoje implica em legitimar a arbitrariedade e barbaridade das ações do poder público no caso Pinheirinho. Bobagem acreditar que se trata de uma exposição popular de uma crítica corrente à esquerda e sua história (que, aliás, o próprio Zizek faz), é tão somente o pretexto pra vender sua falácia pedestre e (tentar) fazer a gente comprar os erros “históricos” da esquerda como argumentos pra legitimar a ação truculenta e ilegítima do poder público, em todas as suas camadas.
Gente que propõe esse tipo de argumento jamais vai discutir a ponderação de direitos fundamentais (sic) que levou STJ a endossar a opção do governador do Mato Grosso de não acatar o pedido de reintegração de posse (uso de força policial) em circunstância semelhante a Pinheirinhos: “Uma ordem judicial não pode valer uma vida humana. Na ponderação entre a vida e a propriedade, a primeira deve se sobrepor”
Consultório Jurídico: Decisão do STJ indica que havia outra saída na disputa
Achei o texto do Pondé uma asneira sem tamanho. Não sei se é ignorância minha, mas o que as atitudes do passado tem haver com a ideologia em si? O que a opinião de um comunista raivoso tem haver com a injustiça feita em Pinheirinhos? Existe falta de coerência no discurso de tantas pessoas? Sim? Mas e daí? Não entendi.
É muito chato ver as pessoas citando "comunismo" como xingamento por conta da "história". Me sinto no EUA as vezes. Sério… tem nos "mandamentos" do comunismo um item do tipo "matar pessoas de forma brutal" ? Assim como a igreja fez um monte de brutalidade que com certeza não tinha escrito na Bíblia, com comunismo é a mesma coisa.
Pois é, Tati, mas a estratégia é JUSTAMENTE fazer as pessoas comprarem inadvertidamente suas conclusão, sem se darem pelo abismo que ele tenta camuflar.
Como se "reconhecer os erros" implicasse em retirar qualquer vestígio de legitimidade da resistência das pessoas que estava lá (com ou sem o PSTU a frente), tentando manter o teto de madeira ou papelão sobre a cabeça de seus filhos.