Digam o que quiserem os detratores, mas Zizek é certamente uma das poucas figuras, dos poucos pensadores da atualidade capazes de refletir sobre as questões mais candentes dos nossos dias mobilizando as chaves críticas da tradição, não sem algum fôlego e profundidade. No vídeo abaixo ele examina, no seu estilo profuso e um tanto confuso, a maneira pela qual o capitalismo cultural se legitima oferecendo a redenção como um subproduto do consumo que alimenta. Pensando bem, a questão está estreitamente vinculada a uma outra que eu já discuti aqui, claro, sem o mesmo brilho, há quase cinco anos atrás, no começo do blog: a questão da responsabilidade social das empresas. A maneira pela qual as empresas tentam angariar para si capital simbólico fazendo suas ações parecerem, não estratégias de marketing precisas que se valem dos interesses altruístas (muitas vezes igualmente criados e alimentados artificialmente) de alguns consumidores, mas decisões motivadas pela consciência social da necessidade de mudança. Vejam o vídeo e tirem suas conclusões.