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Variedades do poder: desejo de influenciar

V

Nos cadernos de Wittgenstein há essa anotação: Eu só posso me tornar independente do mundo — e em certo sentido dominá-lo — renunciando a qualquer influência sobre os acontecimentos. / O mundo é independente da minha vontade. Poder e influência — duas palavras que andam juntas. No entanto, não é disso que Wittgenstein está falando. O que ele insinua em sua nota é o desejo de controle sobre os...

Westworld: identidade e fidelidade

W

Luciana Coelho publicou uma resenha sobre a segunda temporada de Westworld e me deu vontade de fazer o mesmo. Luciana é a única pessoa que eu leio, e em quem confio, escrevendo sobre séries (salvo a opinião dos amigos, claro). Não preciso dizer que tenham cuidado com os spoilers. Gostei muito da primeira temporada de Westworld, escrevi sobre algumas das ideias que me fascinaram...

O ato criador: a diferença entre a inteligência humana e a inteligência artificial

O

Seguramente há muitas maneiras de responder à pergunta que parece implícita nos comentários de Alan Turing sobre seu Imitation game: o que é que caracteriza a nossa inteligência? Poderíamos construir uma máquina que fosse capaz de se fazer passar por um ser humano a tal ponto de não ser notada nem mesmo por alguém cujo trabalho é distinguir uma inteligência natural de uma artificial? Essa é uma...

As plumas das asas da Vitória de Samotrácia

A

Boa filosofia se faz com qualquer formação acadêmica — ou mesmo sem ela, dicho sea de paso. Em Como se escreve a história, Paul Veyne faz um comentário interessantíssimo e muito estimulante: É importante para um arqueólogo contar o número de plumas que existem nas asas da Vitória de Samotrácia? Será que ele demonstrará, agindo desse modo, um louvável rigor ou um excesso de minúcias supérfluas? A...

Os androides em Westworld são livres? Nós somos livres?

O

Spoiler alert: O texto contém (poucos) elementos informativos sobre questões importantes na série. Se tudo que você tivesse a intenção de dizer fosse simultaneamente impresso na tela de um tablet, se todas as suas falas, passadas e futuras, fossem apresentadas para você numa espécie de timeline, como é que você justificaria pra si mesmo a ideia de que é livre? Se alguém fosse capaz de...

Determinismo ou liberdade: controle e tragédia

D

Como apresentar de outra maneira a velha contenda filosófica entre determinismo e liberdade? Somos determinados pela cadeia natural de causas e consequências da qual, como seres naturais, inevitavelmente fazemos parte? Nos esgotamos inteiramente nessa cadeia, isto é, tudo que nós somos se reduz a ela*? Ou há algo mais e somos seres que podem determinar o rumo de suas ações livremente, a despeito...

Marketing e liberdade

M

Descobri por acaso que estava seguindo este perfil no Instagram. A melhor explicação que encontrei foi: alguém que eu seguia vendeu seu perfil pro sujeito, que herdou seus seguidores. Mais um dia normal de negócios no Instagram. Isso me lembrou a matéria que li recentemente sobre a Cambridge Analytica (achei o texto em português), empresa que cria modelos psicométricos a partir de dados que...

Os paradoxos da autonomia em nossas sociedades

O

Nós nascemos autônomos ou nós tornamos autônomos? É possível que alguém seja autônomo e aja por influência de forças exteriores? A autonomia então diz respeito a ações e não há estados ou disposições? Em nossas sociedades é perfeitamente aceitável que estejamos expostos ao agenciamento do desejo pela publicidade (consumir ou não é nossa escolha), mas não somos livres para casarmos com quem...

Fraqueza como liberdade, impotência como mérito

F

(…) — que as ovelhas tenham rancor às aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina o fato de pegarem as ovelhinhas. E se as ovelhas dizem entre si: “essas aves de rapina são más; e quem for o menos  possível ave de rapina, e sim o seu oposto, ovelha — este não deveria ser o bom?”, não há o que objetar a esse modo de erigir um ideal, exceto talvez que as...

Determinismo em Strawson e Dostoiévski

D

Freedom and resentment. A releitura obscureceu mais do que o contrário. Sinal de que me iludi na primeira leitura. Uma resposta ao determinismo é elaborada ali de maneira bastante peculiar. Em verdade Strawson diz nem mesmo saber do que se trata a tese determinista [I belong to, I must say it is the first of all, the party of those who do not know what the thesis of determinism is]. Admitindo as...

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