TagFilosofia

O nascimento do “normal”

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Li há poucos dias a polêmica entre o ator Alexandre Nero e uma das suas seguidoras no Instagram. A garota escreveu o seguinte: Quero ver quando você estiver com teus filhos em um restaurante e tiver 2 gays se beijando.. Alias, todas as pessoas que pregam a favor disso! Vc vai conseguir aceitar e explicar aos teus filhos o quão normal isso eh? De verdade? Sem hipocrisia! O conceito de normal é o...

Descobrindo Wittgenstein II

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217. Se alguém supusesse que todas as nossas operações com cálculos estavam incertas e que nós não poderíamos confiar em nenhum delas (justificando-se dizendo que erros são sempre possíveis), talvez nós disséssemos que ele é louco. Mas nós poderíamos dizer que ele está errado? Ele apenas não reagiu diferentemente? Nós confiamos em cálculos, ele não; nós estamos seguros, ele não está.219. Não pode...

Descobrindo Wittgenstein

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Relendo o Da Certeza pensei que talvez fosse interessante recortar alguns fragmentos para ilustrar o que há de instigante e desafiador no pensamento de Wittgenstein. Não estou certo de que será fácil alcançar os limites do que ele propõe com exemplos triviais, mas vale a tentativa. 106. Suponha que algum adulto tenha contado a uma criança que ele foi à lua. A criança me conta a história e eu digo...

O ponto em que o diálogo atinge a rocha dura

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Aproveitando a ocasião do Colóquio Da Certeza, recortei algumas das muitas passagens do livro que dão lugar a consequências bombásticas: 94. But I did not get my picture of the world by satisfying myself of its correctness; nor do I have it because I am satisfied of its correctness. No: it is the inherited background against which I distinguish between true and false. 95. The propositions...

Tio Rei e a tendência a buscar confirmação

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Indignado, Tio Rei protestou contra o panfleto que tem circulado na USP ameaçando os usuários de maconha. Segundo Reinaldo, trata-se de uma tentativa de criminalizar não-esquerdistas. Lendo essa interpretação curiosa, para dizer o mínimo, lembrei imediatamente da crítica de Popper às pseudo-ciências e da maneira como Lakatos a caracteriza: A theory is ‘scientific’ if one is prepared...

Foucault: o poder e a psicanálise

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Talvez vocês não saibam, mas eu escrevi minha monografia sobre a interpretação e o uso que Marcuse fez de certas ideias freudianas. Marcuse se apossa da noção de repressão e dá voz e consequência à ideia de que uma espécie de repressão incide sobre sobre as energias libidinais, fazendo-as funcionar em favor dos dispositivos culturais. A contribuição de Marcuse consiste em destacar uma ruptura...

A redenção consumista, via consumismo

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Digam o que quiserem os detratores, mas Zizek é certamente uma das poucas figuras, dos poucos pensadores da atualidade capazes de refletir sobre as questões mais candentes dos nossos dias mobilizando as chaves críticas da tradição, não sem algum fôlego e profundidade. No vídeo abaixo ele examina, no seu estilo profuso e um tanto confuso, a maneira pela qual o capitalismo cultural se legitima...

Reflexões sobre o kit anti-homofobia

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O livro A vontade de saber, de Foucault, oferece alguns elementos para pensar o emprego da via pedagógica direta como recurso no combate à homofobia. Antes, infelizmente, é preciso fazer aquele détour costumeiro — e, frequentemente, trampolim para a homofobia propriamente dita —  que consiste em dizer que meu propósito é tão somente refletir sobre as medidas aventadas. Apoio...

Normas, normatividade e práticas

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O recente episódio envolvendo livro aprovado pelo MEC ilustra um caso curioso. Zelosos defensores das normas manifestam claro desconhecimento sobre a relação entre normas e práticas. O que me lembrou um comentário de Wittgenstein: It seems, whatever the circumstances I always know whether to apply the word or not. It seems, at first it was a move in a special game but then it becomes independent...

A que se reduziu o sujeito na sociedade do espetáculo

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Li ontem um artigo em que Maria Rita Kehl articula Adorno, Lacan e Débord em função da análise do sujeito na sociedade do espetáculo — expressão do Débord. O texto é breve, mas instingante. Em linhas gerais, o que ela diz é que o sujeito (que nem se realizou enquanto tal, para Adorno) se reduziu ao papel de receptáculo de uma subjetividade pré-fabricada (subjetividade reificada) e que, na...

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