Amor e interesse. Amor e doação

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Quem nunca recebeu amor só pode ver na gratuidade do amor o interesse camuflado. E vai buscar em todo ato de amor um interesse, o interesse próprio do benfeitor e como ele se esconde. Quem precisa provar o amor como fato do mundo nunca experimentou o amor como ato, como gratuidade. Essas pessoas serão, muito naturalmente, céticas quanto ao amor e nenhum fato as convencerá. E elas nunca entenderão a “definição” de amor de Carlos Drummond de Andrade: “Doação ilimitada a uma completa ingratidão!”


PS. Só a poesia pode “definir”, e definir definitivamente, como Alan Turing mostrou que não poderíamos.

PS. Nietzsche não era cético quanto ao amor, eu poderia jurar que ele era como Hölderlin, que dizia: “pois é amando que o mortal dá o melhor de si”. Sua crítica ao “desinteresse” na ética de Kant não faz dele um defensor do egoísmo e do amor como mero amor-próprio. Certos nichos do pensamento liberal e neoliberal estão sempre inclinados a justificar, de todas as formas possíveis e usando pensadores e pensamento os mais diversos, o egoísmo da sociedade que eles criaram e mantém.

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