Não é maravilhoso quando sabemos, quando sentimos possuir algo antes mesmo de ter a certeza de que aquilo nos pertence? Não é isso que nos leva a roubar beijos? A sensação de que já temos o desejo de alguém, o que nos leva a tomar, antes mesmo de pedir. Nenhum ser humano está mais prenhe de alegria apaixonada mais do que aquele que sente que pode —e deve —roubar os beijos de alguém.
Uma das coisas mais legais da Bahia é que nossa intimidade tem sempre uma boa dose de invasividade (de ósadia, como dizemos), da vontade de tomar e roubar beijos. Essa ética é um patrimônio que valorizamos pouco.