Toda metáfora tem aspectos que podem ser percebidos como limitações por permitir que se enfatize coisas indesejadas. Isso porque a metáfora não quer (espelhar || representar) aquilo que tematiza, a metáfora quer justamente falar de algo da perspectiva de um “ver como”. A névoa permanente pode ser uma excelente metáfora para ilustrar a passagem entre dois mundos, mas ela tem o grande inconveniente de ilustrar apenas o negativo. Ninguém saúda a névoa como uma coisa boa, como fonte de possibilidades positivas e desejáveis, mas passar a outro mundo pode sim ser algo bom (embora em certo sentido seja sempre doloroso).
O valor da metáfora está em apresentar de forma muito clara e visual a circunstância de ver o mundo de uma nova forma, de vê-lo a partir de novas cores, com novas lentes.
Inevitável não pensar em Stephen King e na maravilhosa adaptação do seu livro ao cinema, esse filme é um clássico pós-moderno, O nevoeiro (2007):