Minha namorada contou o caso testemunhado enquanto ela esperava na fila de uma loja de departamento. Dois meninos brincava até que um deles, vestido com a camisa do Vitória, ouviu do outro:
— Eu sou Bahia, disse constrangido um dos meninos.
— Eu sou Vitória, respondeu o outro, igualmente incomodado.
Pensaram um pouco e disso seguiu-se o seguinte:
— Mas eu sou Brasil! exultou o primeiro.
— Eu também! respondeu eufórico seu colega.
E voltaram a brincar tranquilos.
Nós não deveríamos nunca abandonar esse espírito infantil que nos faz buscar as semelhanças apesar das diferenças e que legitima a convivência harmônica contra todas as ficções que engendram obstáculos a partir das diferenças.