217. Se alguém supusesse que todas as nossas operações com cálculos estavam incertas e que nós não poderíamos confiar em nenhum delas (justificando-se dizendo que erros são sempre possíveis), talvez nós disséssemos que ele é louco. Mas nós poderíamos dizer que ele está errado? Ele apenas não reagiu diferentemente? Nós confiamos em cálculos, ele não; nós estamos seguros, ele não está.219. Não pode...
Descobrindo Wittgenstein
Relendo o Da Certeza pensei que talvez fosse interessante recortar alguns fragmentos para ilustrar o que há de instigante e desafiador no pensamento de Wittgenstein. Não estou certo de que será fácil alcançar os limites do que ele propõe com exemplos triviais, mas vale a tentativa. 106. Suponha que algum adulto tenha contado a uma criança que ele foi à lua. A criança me conta a história e eu digo...
O ponto em que o diálogo atinge a rocha dura
Aproveitando a ocasião do Colóquio Da Certeza, recortei algumas das muitas passagens do livro que dão lugar a consequências bombásticas: 94. But I did not get my picture of the world by satisfying myself of its correctness; nor do I have it because I am satisfied of its correctness. No: it is the inherited background against which I distinguish between true and false. 95. The propositions...
Normas, normatividade e práticas
O recente episódio envolvendo livro aprovado pelo MEC ilustra um caso curioso. Zelosos defensores das normas manifestam claro desconhecimento sobre a relação entre normas e práticas. O que me lembrou um comentário de Wittgenstein: It seems, whatever the circumstances I always know whether to apply the word or not. It seems, at first it was a move in a special game but then it becomes independent...