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Nossas paixões ou nossas ações nos definem?

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De maneira geral há dois tipos de pessoas: aquelas que se definem pelo que fazem (por suas ações) e as que se definem pelos que sentem, por suas paixões (independente do que façam). Há pessoas que se consideram corajosas porque agiram com coragem em muitas circunstâncias da vida e pensam que por isso a coragem é uma marca característica de suas ações. Outras, no entanto, pensam que uma pessoa...

Autoridade e conhecimento na sociedade digital

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Não é possível saber tudo — mas é possível escolher boas autoridades. Quero dizer, a menos que você fale sobre poucos e restritos domínios, você não pode oferecer razões para todas as conclusões que você extrai, avaliando informações e verdades em distintos campos de saber. (Colocando de outro modo: você não tem como oferecer aquilo que se aceita como garantido para passar das premissas às...

Universalidade, democracia e ciência

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A única diferença entre o impulso invasivo que levou os EUA a impor a democracia a alguns paises bárbaros e o que há de invasivo na afirmação de que a ciência é universal, é que, nesta última, há uma verdade de fundo que abona as ações da ciência aos olhos dos seus expectadores. De resto, pretender que a ciência seja universal é não ter entendido que a aplicação das leis científicas pode não ter...

Subjetivo, objetivo e o relativismo

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As noções de subjetivo e objetivo fazem parte do nosso cotidiano. No entanto, uma forte carga filosófica com frequência as vincula a compromissos teóricos e consequências mais amplas do que aparentam. Em geral empregamos a palavra subjetivo para designar as coisas que dizemos dependentes de fatores privados, internos, pessoais. Ou seja, subjetivo é algo que depende de nós. Por sua vez, objetivo...

O limite das explicações

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O tema é mesmo fascinante. Não à toa eu mencionei repetidas vezes o aforismo de Wittgenstein sobre o alcance das respostas científicas. Abaixo, numa passagem que, se não fosse caracteristicamente técnica, seria algo mística, Bouveresse comenta a visão de Wittgenstein acerca das análises de Frazer sobre magia e sobre o comportamento de povos primitivos. Sobre a pretensão de reduzir a magia, os...

Pra que serve a Filosofia?

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  Não há profissional de Filosofia que já não se tenha embaraçado por essa pergunta. Respondê-la é uma tentação, pois ela mesma é um bom convite à filosofia. Por isso devemos examinar com cuidado o que há por trás dela. Por que a filosofia deve servir a alguma coisa? A utilidade e a serventia podem se dirigir indiscriminadamente a todos os pontos? Quando faz sentido perguntar pela utilidade de...

O pantanoso debate entre crédulos e ateus

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6.52 Sentimos que, mesmo que todas as questões científicas possíveis tenham obtido resposta, nossos problemas de vida não terão sido sequer tocados. É certo que não restará, nesse caso, mais nenhuma questão; e a resposta é justamente essa. [Wittgenstein, Tractatus] É difícil para mim entender porque o debate sobre a existência de Deus mobiliza tantas energias ainda hoje. Não que a questão não...

Leituras tardias #2

L

Apressado, esqueci de mencionar o trecho seguinte ao parágrafo que citei no post anterior. A ponte entre a filosofia da ciência e a política se desenha ali com maior nitidez. É um pensamento mordaz, extremamente estimulante e profícuo. Eu gosto especialmente da ideia de que o fluxo do trabalho científico se realiza não como mero efeito de um encadeamento lógico, mas pela ação de causas externas...

Leituras tardias

L

Eu tenho uma longa e vergonhosa lista de livros a serem lidos. Por essa razão trago comigo o receio de ser surpreendido por algum argumento genial sacado de um desses livros. Recentemente retirei da lista Contra o método, de Feyerabend. Curioso é que já nas primeiras páginas encontrei a formulação de um problema que ensaiei (precariamente, como de costume) por aqui nas últimas semanas. Diz...

A ciência não avança por falsificação

A

Por duas razões quero abordar aqui problemas relativos ao falsificacionismo, primeiro, por conta de uma leitura bastante difundida segundo a qual a ciência avança por falsificação, isto é, observações e enunciados singulares falsificam ou corroboram hipóteses e teorias científicas. Nesse panorama a experiência cumpre o papel da última corte de apelação nas disputas teóricas. Segundo e por...

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