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O mito do dado: o ideal e o possível

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O mito do dado persiste em muitas outras área, além da epistemologia. Na política sua força ainda é incrível. Quando distinguem entre o ideal e possível, muitos não se dão conta de que a distinção já é uma operação política (e ideológica). Esquecer a dimensão construtiva dessa diferença produz não apenas o engessamento das possíveis ações políticas, mas também oferece a justificativa...

A falência do ensino fundamental, público e privado

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Difícil encontrar quem discorde da afirmação de que a educação pública fundamental no Brasil está falida. Daí se segue a constatação de que a estrutura material das escolas em geral está sucateada, os professores desestimulados pelos baixos salários, os planos pedagógicos, ultrapassados, não fazem frente a uma realidade para a qual não foram preparados, entre outras coisas. Diante disso, pode-se...

Esquerda caviar e o W.O.

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O sonho de todo competidor é vencer sem esforço, vencer por W.O. E é isso o que reflete a expressão esquerda caviar. Em nome de uma pretensa coerência, se denuncia o paradoxo de sustentar ideias de esquerda e, ao mesmo tempo, possuir ou ostentar bens materiais, bens de consumo, e qualquer produto que o capitalismo ofereça. Para as mentes brilhantes que empregam a expressão, a esquerda é (ou...

Simplificação, a estratégia de argumentação mais usada

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Há tempos eu defendo a tese de que a simplificação é a estratégia argumentativa mais utilizada. E isso por uma razão simples: lidamos sempre com aquilo que entendemos! Mas se não entendemos suficientemente um tema, de maneira geral estamos inclinamos a dois modos de agir, (1) podemos buscar conhecê-lo mais, complexificando nossa visão, o que implica uma postura ativa frente à questão, (2) ou...

E quem disse que não há motivos para amar Salvador?

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Li hoje um artigo interessante sobre Salvador, que, no entanto, tem um defeito imperdoável. Ele se estrutura a partir de dois pressupostos equivocados: o primeiro, o de que não haveria motivos para amar Salvador, o segundo, o de que “falar mal” da cidade pareceria equivaler a não amá-la. Se você precisa enumerar as razões para amar a cidade, é como se faltasse ao seu interlocutor tais...

Chantal Mouffe e o paradoxo democrático

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O livro de Chantal Mouffe, The democratic paradox, é incrivelmente bom. É incrível também quanta tinta é gasta ainda elocubrando e desenvolvendo perspectivas claramente apoiadas em posições universalistas e racionalistas — mesmo após o sem número de pensadores que, no século passado, apresentaram críticas incontornáveis, em todos os terrenos possíveis (da antropologia à lógica), à metafísica...

Fraqueza como liberdade, impotência como mérito

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(…) — que as ovelhas tenham rancor às aves de rapina não surpreende: mas não é motivo para censurar às aves de rapina o fato de pegarem as ovelhinhas. E se as ovelhas dizem entre si: “essas aves de rapina são más; e quem for o menos  possível ave de rapina, e sim o seu oposto, ovelha — este não deveria ser o bom?”, não há o que objetar a esse modo de erigir um ideal, exceto talvez que as...

Universalidade, democracia e ciência

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A única diferença entre o impulso invasivo que levou os EUA a impor a democracia a alguns paises bárbaros e o que há de invasivo na afirmação de que a ciência é universal, é que, nesta última, há uma verdade de fundo que abona as ações da ciência aos olhos dos seus expectadores. De resto, pretender que a ciência seja universal é não ter entendido que a aplicação das leis científicas pode não ter...

O gosto ruim do remédio

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Respondendo aos comentários dos amigos de um amigo sobre o comportamento de policiais que posaram ao lado de um cadáver, como se estivessem exibindo um troféu, chegamos ao ponto quase inevitável de uma discussão sobre o papel da polícia: aquele em que se apela para a empatia — ou para a suposta falta dela — diante da violência sofrida por terceiros. Isto é, sempre chegamos ao momento em que...

7 anos do blog

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Inadvertidamente, em agosto o blog completou 7 anos. Não que isso signifique muita coisa, mas talvez mereça uma nota. Quando tardiamente eu descobri os blogs muita gente havia começado a escrever desde o começo dos anos 2000, ou mesmo antes. E então me impressionava a longevidade desses blogs. Infelizmente, boa parte deles já não existem — e talvez os próprios blogs já tenham entrado num...

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A categoria Preferidos é especial, porque reúne os textos que eu mais gosto. É uma boa amostra! As outras categorias são mais especializadas e diversas.

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