Quando queremos mudar algo em nós, ansiamos por uma prova de que efetivamente mudamos. Eu chamo essa prova de “marco de transformação”. O marco é expressão da busca por uma evidência, por uma objetividade que ateste a transformação para nós mesmos, mas especialmente para os outros. Qualquer transformação só se consuma em nós quando abandonamos a ideia de marco, quando nos damos conta...
Pra mim, escrever aforismos consiste no imenso desafio de escrever sinteticamente sem ser superficial. E é como se esse desafio pudesse ser ilustrado em termos estritamente quantitativos, como o exercício de dizer muito usando poucas palavras — com as palavras necessárias. Nesse sentido, é um exercício de suficiência (e não de ostentação).
