Quem nunca recebeu amor só pode ver na gratuidade do amor o interesse camuflado. E vai buscar em todo ato de amor um interesse, o interesse próprio do benfeitor e como ele se esconde. Quem precisa provar o amor como fato do mundo nunca experimentou o amor como ato, como gratuidade. Essas pessoas serão, muito naturalmente, céticas quanto ao amor e nenhum fato as convencerá. E elas nunca entenderão...
Pra mim, escrever aforismos consiste no imenso desafio de escrever sinteticamente sem ser superficial. E é como se esse desafio pudesse ser ilustrado em termos estritamente quantitativos, como o exercício de dizer muito usando poucas palavras — com as palavras necessárias. Nesse sentido, é um exercício de suficiência (e não de ostentação).
