A juventude pode renovar a fé na humanidade

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Em tempos de guerra é fácil perder a fé na humanidade. Por natureza as guerras são violentas, mas há excessos contra os quais milita a comunidade internacional.

Nesses tempos conhecer jovens como os Shministim é reconfortante.

Num dos pontos de maior brilho das análises de Hannah Arendt sobre transigência alemã diante da aniquilação dos judeus, ela escreveu sobre a inutilidade da rebelião e de todas as ações insurgentes:

Relato de Peter Bamm justificando por que ele e outros alemães não se opuseram à Solução Final: “É certo que qualquer um que tivesse ousado morrer para não tolerar silenciosamente o crime teria sacrificado a vida em vão. Isso não quer dizer que tal sacrifício teria sido moralmente sem sentido.Teria sido apenas praticamente inútil. Nenhum de nós tinha convicções tão profundas a ponto de tomar para si um sacrifício praticamente inútil em prol de um sentido moral superior.”

Hannah Arentd falando sobre o sargento da SS Anton Schmidt, que ajudou judeus sorrateiramente até ser descoberto e morto: Seria de grande utilidade prática para a Alemanha de hoje, não meramente para o seu prestígio no estrangeiro, mas para sua condição interna tristemente confusa, se houvesse mais dessas histórias pra contar. Pois a lição dessas histórias é simples e está ao alcance de todo mundo. Politicamente falando, a lição é que em condições de terror, a maioria das pessoas se conformará, mas algumas pessoas não, da mesma forma que a lição dos países aos quais a Solução Final foi proposta é que ela “poderia acontecer” na maioria dos lugares, mas não aconteceu em todos os lugares. Humanamente falando, não é preciso nada mais, e nada mais pode ser pedido dentro dos limites do razoável, para que este planeta continue sendo um lugar próprio para a vida humana.

Guardados os limites, essa é uma boa analogia. Quando jovens têm a decência de encarar a dureza de uma lei que os coage a lutar — malgrado suas opinões –, renova-se a fé de que talvez, um dia, possamos existir em condições melhores. Quando os homens não estiverem mais dispostos a matar em nome dos seus medos e quando isso não for mais legítimo.

O vídeo em que eles se apresentam é uma lição de maturidade e humanidade. Perdoem se soa piegas, mas eu senti orgulho. Por favor, enviem uma mensagem de apoio e um pedido de libertação através desse link (eles estão presos por não servir ao exército). A dica veio do Biscoito Fino, que como de costume faz uma cobertura completa dos acontecimentos em Gaza. Se vocês ainda não estão convencidos da legitimidade da causa, aqui vai um bom argumento.

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