Um breve comentário faz-se indispensável, alguns dos que protestam contra os artigos insistem em lançar a técnica dardeje o autor para se desfazer dos embaraços produzidos pelos textos de Nassif. Já escrevi algumas vezes sobre esse modo leviano de argumentar e sobre as confusões que animam a relação entre discurso e autor.
Para os que alegam que há motivos pessoais envolvidos e sublinham a saída da Folha como suposta premissa para essa conclusão — ainda que eu não entenda bem a relação de uma coisa com a outra — eu sugiro que leiam a declaração de Octávio Frias Filho sobre a saída de Nassif publicada no seu blog no dia 12/01/08, sob o título de Razões da saída de Nassif da Folha. Infelizmente o sistema de links permanentes da IG deixa a desejar, é preferível procurar nos arquivos do blog, pela data. Transcrevo aqui uma parte do que foi publicado:
“A interrupção da coluna do jornalista Luís Nassif na Folha, ocorrida em julho de 2006, deveu-se às renovações que periodicamente o jornal procura promover. Nassif manteve a coluna diária sobre assuntos econômicos por mais de 15 anos. Tanto ele como a Folha convieram que era tempo de mudanças. A fim de se dedicar a seus empreendimentos pessoais, na mesma ocasião Nassif deixou o Conselho Editorial do jornal”, explica Otávio Frias Filho.
Vamos admitir agora que de fato Nassif é movido por interesses pessoais, como isso altera aquilo que está exposto em seus artigos? Como a verdade do que se encontra lá perde força por conta das qualidades ou intenções do autor? De forma nenhuma. Os ataques ao autor apenas desviam a atenção do essencial, pressupõem a subordinação do discurso à natureza e intenção do autor e deste modo pretextam um terreno subjetivo de investidas pessoais — ou seja, ensejam atalhos.
Mais uma vez sugiro a leitura dos artigos, ainda que pra discordar — do texto, não das intenções e qualidades do autor.