Uma nova identidade masculina
Ainda que os homens se reconheçam como históricos opressores das mulheres, isso não significa que para que as mulheres possam ter um papel igualitário* na sociedade (um papel que não seja o de mera vítima do masculino) os homens precisam andar de cabeça baixa, olhando para o chão, envergonhados. Um masculino envergonhado não ajuda o feminino, por mais difícil que seja entender essa ideia.
Sempre haverá homens orgulhosos de seu gênero. Se os homens que amam as mulheres não tiverem também orgulho do seu gênero, se não fabricarem esse orgulho a medida que vivem e agem no mundo, só restará a voz de gente como Eduardo Bolsonaro, Felipe Melo, ou qualquer outro representante desse masculino que as despreza. Somente enquanto criadores podemos destruir, nos lembrava Nietzsche em Gaia Ciência. Só um masculino que ama o feminino, mas também a si mesmo, pode combater e triunfar sobre essa coisa tosca e indesejável que é o masculino que, nos dias de hoje, tem orgulho de si mesmo.
* Ou até mesmo papel superior, por que não? Eu sempre fui defensor de um matriarcado. E, falando nisso, tenho como tarefa autoimposta a obrigação de escrever sobre o matriarcado e a segunda parte de Triangle of Sadness.