O SEGUNDO dossiê FICTÍCIO do ano de 2010

O

O Brasil é um país de memória curta. Pouca gente lembra que, muito antes do mensalão, Ronivon Santiago renunciou após ter relatado, em conversa gravada pela Folha, a venda de seu voto em favor da emenda que permitiria a FHC se reeleger mais uma vez. Será que alguém tem notícia de algum processo na justiça contra o ex-deputado? Algum esclarecimento foi prestado à população a esse respeito? Claro que não, aliás, de modo muito diferente do que ocorre no caso mensalão. A oposição insiste em transformar o debate eleitoral numa picuinha na qual ela se afirma como superior ao governo e a sua candidata, e seu pretenso único mérito consiste em ser ela formada por partidos que cuidam da ética e “jogam limpo”. Mesmo que o passado do PSDB seja nebuloso e que seu aliado principal seja nada menos que o partido mais corrupto do Brasil.

Mas há mais. São tantos os fatos irrelevantes fabricados pelo desespero que nós até nos esquecemos que há menos de 3 meses outro dossiê fabricado circulava entre as manchetes dos jornais. Eu até escrevi sobre ele, dizendo as mesmas palavras que valem hoje. Aqui outra notícia d’O Globo.

É lamentável a indigência a que a oposição se reduziu. Num completo vácuo ideológico e programático, mobilizou todas as suas forças junto às empresas de comunicação antidemocráticas que insistem em se camuflar com as cores da liberdade de expressão para, num ato de desespero, realizar pela segunda vez no ano a única alternativa que lhe restou: fantasiar dossiês.

É nessas horas que eu sinto uma falta incrível — e lamento a ausiência — de Ciro Gomes, um sujeito teria coragem o bastante para dar sua cara a tapa e fazer às vezes de parachoque, jogando o mesmo jogo pesado (e mesmo sujo) que eles insistem em jogar.

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