O rei nu e a publicidade (II)

O
Pensei outra relação para o rei nu enquanto lia o comentário de Marcus Pessoa sobre uma matéria da revista Piauí. Serei breve pois ando indisposto nos últimos dias.

Não me sinto a vontade para endossar a opinião de que a modernidade determina a cadência de nossas vidas a ponto que explicar a indiferença dispensada a Joshua Bell no metrô de Washington. Seria perigoso permitir que acreditemos em semelhante embuste. É conveniente subtrair dos ombros o fardo de nossas escolhas. Não acredito em natureza humana, tampouco no determinismo implícito nesse gênero de argumento.

Creio, sim, no fetiche da música, nos adornos e no status conferido aos frequentadores das casas de ópera e dos concertos. Há séculos conhecemos a perfídia que caminha ao lado das apresentações de música clássica e se isso foi verdadeiro em tempos remotos, por que não seria na sociedade do espetáculo? Por acaso o adágio de Andy Wahrol perdeu a vigência? Duvido muito! Que glamour pode haver em deixar-se ao lado de um vagabundo, num metrô, ouvindo-o tocar algum peça desconhecida? Há tempos a arte perdeu a inocência. E numa sociedade de apressados, se vocês julgam assim, não há tempo para a gratuidade da beleza.

Time is money

PS. Resta a tarefa de traçar o elo entre esse caso e o conto em questão. Permitam-me fazê-lo numa outra hora.

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