Pela bela letra de Mino Carta chegou-me informação curiosa. Sem nenhum valor político objetivo, alguém poderia dizer, entretanto, talvez sirva de sintoma para o qual devemos buscar um diagnóstico.
Sem mais delongas, vamos ao núcleo da (velha) notícia: FHC tem um filho com Miriam Dutra!
A recordação veio a propósito da disparidade do tratamento oferecido ao caso Renan, quando comparado a este famigerado adultério de inegáveis implicações políticas.
A pergunta é, você sabia dessa informação? Lembra dela ter sido notíciada? Ora, não teria mudado meu voto por conta disso (votei em FHC naquela eleição), mas você aposta algum trocado de que muita gente, ao contrário, teria pesado sua escolha?
Lancemos, pois, uma pergunta corrente quando tematizamos o modus operandi da imprensa nacional: a quem interessaria (algoritmo avaliativo da imprensa brasileira) que tal informação fosse encoberta? Vou recortar um fragmento da reportagem que põe a questão de forma ainda mais contundente. Consideremos, antes disso, que a Globo tratou de enviar a repórter para Europa naquele período, afastando-a, assim, das lentes curiosas da mídia nacional e do povo.
São muitos os pontos obscuros desse mistério. Que a Globo mantivesse o silêncio é até certo ponto compreensível, pelo seu passado e pelas implicações que a revelação acarretaria. Mas, e o restante da mídia? Por que as grandes revistas semanais e os grandes jornais não registraram a história que a imprensa inteira sabia?
Pouco importa as aventuras amorosas do então candidato a presidente, contudo, até onde eu sei, não consta na cartilha do bom jornalista a prerrogativa de avaliar e decidir previamente o que deve ou não ser relevante para determinação para o debate político. Assim, ainda hoje e com vigor juvenil, informações são lançadas sem nenhum crivo, relacionando eventos pessoais à imagens de figuras públicas, com o claro objetivo de marchar-lhes a imagem. Mais ultrajante do que se arrogar de uma tal prerrogativa, é ainda determinar os casos para os quais ela deve valer.
Expomos A e B, mas não C e D! Ao menos não se pode acusar a imprensa nacional de incoerência, uma democracia que se expressa desta forma está em pleno acordo com sua tradição política.
Thomas é o nome do garoto, o filho do presidente. Leiam as reportagens mencionadas acima e se interem dos fatos. Por nenhuma outra via você tomará conhecimentos deles.